
Temos o gosto em divulgar que o nosso estimado doador, Major-General Augusto Monteiro Valente, irá ser homenageado postumamente, amanhã, dia 7 de setembro, no contexto das comemorações do Município alusivas ao Cinquentenário do 25 de Abril.
A cerimónia, terá início pelas 16H30 e terá lugar na Praça General Augusto Monteiro Valente, em Santa Clara. Consistirá na inauguração de um memorial alusivo ao 25 de Abril, onde vai ser instalada uma Chaimite V200, idêntica à utilizada por Salgueiro Maia na Revolução dos Cravos. Este símbolo da Revolução foi cedido ao município, num acordo com o Exército Português. O evento contará com a presença de José Manuel Silva, presidente da Câmara de Coimbra, Valdemar Rosas, presidente da direção do Grupo de Arqueologia e Arte do Centro e de Maria Alice Beirão Valente, viúva do Major-General Monteiro Valente.
Augusto Monteiro Valente é o rosto do 25 de Abril na Guarda. Nesse dia coube ao capitão Valente, então colocado no Regimento de Infantaria (RI) 12, concretizar os planos do Movimento das Forças Armadas (MFA), o que fez com um único tiro para o ar.
Falecido em setembro de 2012, aos 68 anos, os seus amigos recordam o antigo segundo comandante-geral da GNR como «homem de grande valor, intelectualmente acima da média e extremamente corajoso». O major-general do Exército na reserva, que tinha ligações familiares à Miuzela do Côa (Almeida) e afetivas à Guarda, foi um “militar de Abril”, tendo integrado o Grupo dos Nove, de Ernesto Melo Antunes. Nascido em Coimbra, em 1944, exerceu na GNR os cargos de comandante da Brigada Territorial 5 (1999-2001), inspetor-geral (2001-2002) e segundo comandante-geral (2002-2003). Presidente da delegação regional do Centro da Associação 25 de Abril, Monteiro Valente era investigador associado do Centro de Documentação 25 de Abril e do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX, ambos da Universidade de Coimbra, e colaborador da Revista Militar. Manteve ainda intensa atividade cívica como especialista em questões militares, não esquecendo o estudo do republicanismo e das revoltas militares de resistência à ditadura de Salazar e Caetano.
Incorporado na Academia Militar em 1963, terminou a licenciatura em Ciências Militares – Infantaria três anos depois, tendo passado à situação de reserva em 2003. Entre outras formações superiores, era licenciado em História, pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde concluiu uma pós-graduação em Estudos Europeus. Nos últimos anos de vida, Monteiro Valente empenhou-se na preservação da memória do general Gastão Sousa Dias, sendo autor de uma biografia deste democrata e antifascista, publicada pela Câmara da Guarda, no âmbito da coleção “Gentes da Guarda”. Presidiu também à Comissão Instaladora da Associação Casa de Cultura Professor Doutor José Pinto Peixoto, na Miuzela do Côa.
Programa do evento:
- Descerramento da placa evocativa
- Momento de poesia pela Cooperativa Bonifrates
- Intervenção do Presidente do GAAC - Grupo de Arqueologia e Arte do Centro, Valdemar Rosas
- Intervenção do representante da Associação 25 de Abril
- Intervenção de Maria Alice Valente, viúva do Major-General Monteiro Valente
- Intervenção do Presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva